Na memória teatral, o Galpão das Artes tem lugar
garantido

A leitura da cultura popular conquista um espaço no papel do continuísmo original de Suassuna, fora dos portões de uma Taperoá de encantos, graça e beleza. O colorido da chita e dos tecidos traduz um jeito específico de um povo carente de riso na linguagem do teatro.
A necessidade de filtrar permitiu acertos, e o tempo trouxe a pulverização das ideias. Assim consolidam-se no palco Jadenilson Gomes, Charlon Cabral, Tarcísio Queiroz, Ketuly Muniz e Lucas Rafael, com um acréscimo: a participação do coquista Mano de Baé (tocando), uma revelação da cultura popular.
Com a sagacidade de quem sabe seu papel no cenário do mundo artístico, Fábio André, permite-se à ousadia, e conquista um patamar raro, por meio do qual o grupo que coordena mostra-se ao mundo, através da dedicação à arte. Mais do que uma simples apresentação cômica, a nova versão d’ A Inconveniência de Ter Coragem ganha movimento de corpo e voz e alarga as fronteiras do sucesso, numa sobrevivência mágica e ao mesmo tempo semovente. Quem ainda não viu precisa assistir para conferir o que o Galpão das Artes consegue fazer na elaboração de montagem teatral de um espetáculo.
TEXTO DE SIVALDO VENERANDO
JORNAL A VOZ DO PLANALTO
CARPINA - PERNAMBUCO

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