Na vida, a maior arte é não deixar de fazer a sua parte.
A
quarentena imposta pela pandemia da Covid 19 tem nos apresentado um grande
desafio - a sobrevivência das pessoas mais carentes, aquelas que não podem sair
para trabalhar ou que perderam seu emprego.
Tempos
difíceis que mexem com a nossa sensibilidade!
Mas
o que poderíamos fazer para minimizar tal problema?
Um
grupo de artistas da cidade de Limoeiro, no agreste de Pernambuco, tem se
mobilizado e nos apresentado lições de solidariedade.
Fundado
há 20 anos, o Centro de Criação Galpão das Artes, além da produção e
disseminação da arte, tem resgatado e valorizado a memória do seu povo e do seu
lugar. Nesse momento em que se fecham as cortinas e se esvazia a plateia, ele
nos instiga, por meio da sua força e resiliência, ao exercício da
solidariedade, constituindo-se como um exemplo prático de mobilização da
sociedade civil.
Com
exceção de algumas celebridades, não é fácil fazer arte no Brasil. Artistas
populares têm uma vida difícil como qualquer trabalhador. O Galpão das Artes, que
sobrevive das suas produções e parcerias com instituições públicas e privadas,
tem se mantido atento às pessoas em situação de vulnerabilidade, assumindo mais
uma das suas facetas, o protagonismo social. Talvez, o seu melhor papel no
espetáculo da vida.
Considerando
a importância de ninguém soltar a mão de ninguém, o Galpão das Artes tem
tentado segurar a mão daqueles que produzem o riso por meio da arte circense.
Três circos localizados em municípios próximos a Limoeiro têm sido agraciado
por meio de cestas básicas, itens de limpeza e kits de higiene pessoal, produtos
adquiridos por meio de campanhas de arrecadação junto à sociedade.
Para
além da mobilização mencionada, o Galpão das Artes já desenvolve, há alguns
anos, um projeto educativo que visa salvaguardar vidas. É o Arte-Educação, ação
que contribui para a formação e desenvolvimento de 25 crianças carentes. A
suspensão das oficinas, decorrente da pandemia, não rompeu o vínculo da
instituição com o referido projeto. A alternativa para manter o contato e o
cuidado com tais crianças foi a promoção de uma campanha que arrecadou várias
cestas básicas, doadas às suas famílias.
O
cenário de pandemia e quarentena não limitou o poder de ação do Centro de
Criação Galpão das Artes, que trouxe a responsabilidade para si, considerando
sempre que a sua maior arte é jamais deixar de fazer a sua parte!
Professor Maurílio Mendes - Feira Nova
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