02/04/2011 - JORNAL VANGUARDA - COLUNA REGIONAL - Jornalista Fernandino Neto
Fabricação de petecas beneficia crianças
A produção conta com a ajuda de voluntários e ocorre no Galpão das Artes

Brinquedo antigo, a peteca foi resgatada do passado. Em Limoeiro, no Agreste pernambucano, a fabricação desse brinquedo ajuda a cuidar do meio ambiente, gera renda e também é motivo de alegria para crianças.
A fabricação de petecas é a novidade que tem concentrado todos os esforços no Galpão das Artes, um velho armazém de algodão que ganhou novas cores e se transformou no maior espaço cultural de Limoeiro, uma espécie de fábrica da fantasia. O local mantido por artistas da cidade tem exposições permanentes de artesanato e um teatro com programação o ano inteiro. Há 10 anos, esta é a trincheira de resistência dos atores locais.
"Eu acredito que qualquer grupo, tanto da capital ou do Interior do Estado, gostaria de ter um espaço como esse para seus trabalhos e suas produções. E a gente vem mantendo essa casa com recursos próprios e também de outras pessoas que nos querem bem na cidade", conta o ator Charlon Cabral.
Os voluntários do Galpão das Artes se dedicam a levar um pouco de sonho e diversão às crianças da cidade que mais precisam. "São crianças que não têm a oportunidade devido às dificuldades das famílias. Nós fazemos todas as vivências possíveis com elas", explica o ator Jadenilson Gomes.
Duas artesãs foram convocadas para ajudar na produção de petecas. As irmãs Edna e Josefa Alves já conheciam o brinquedo popular na infância. É que o pai delas, um agricultor, fazia as petecas com palha de milho, o que faz o trabalho ser movido a saudade. "Juntava eu e minhas duas irmãs no terreiro da casa, que era largo e espaçoso, e começavam as três a brincar: uma jogava para a outra", lembra a artesã Josefa Alves.
Outro orgulho das artesãs é que o brinquedo é ecológico. Os retalhos de couro e a malha usada para encher as petecas escaparam do lixo. O couro vem da fábrica de sapatos da empresária Carmem Lapenda, que tem o maior prazer em colaborar com o projeto e o meio ambiente. "Ia tudo para o lixo, eu não sabia como aproveitar. Desse cômodo, surgiu a ideia de procurar o pessoal para que fosse dado um destino a esse material", diz a empresária.
Depois de muito trabalho para fazer as petecas, a maior recompensa vem na hora de distribuir os brinquedos. As crianças do Peti foram as primeiras a ganhar o brinquedo e ficaram eufóricas. "Eu acho que esse grande sonho de tornar o mundo melhor tem que ser de maneira lúdica. É por conta das crianças que a gente acredita que tudo vai ser possível", diz o coordenador do Galpão das Artes, Fábio André.
Reviewed by Centro de Criação Galpão das Artes on 20:06 Rating: 5

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