Centro de Criação Galpão das Artes

A comédia vai à feira em Orobó

Recife, sábado, 14 de maio de 2011

Apresentação do espetáculo `A incoveniência de ter coragem`, comédia, realizada no meio da feira livre de Limoeiro, no último sábado, 30 de abril. Imagens: Tatiana Meira/DP/D.A Press

Em Pernambuco, lugar de boneco é na feira também esteve em Limoeiro. Imagem: WAGNER FERREIRA CESARIO/DIVULGAÇÃO

O brilho nos olhos das pessoas, extasiadas com o que assistiam, foi o que mais emocionou o ator Jadenilson Gomes, do Galpão das Artes, durante a estreia da segunda fase do projeto Em Pernambuco, lugar de boneco é na feira, realizada na feira livre de Limoeiro, na manhã do dia 30 de abril. Hoje, também a partir das 10h, o grupo estará em Orobó, a 90 quilômetros do Recife, para uma nova apresentação (a itinerância continua por mais oito cidades). Na pele do negro Benedito, Jadenilson é o elo de ligação entre os personagens da comédia A inconveniência de ter coragem, de Ariano Suassuna, e conquistou tanto a simpatia da plateia que até moedinha de 25 centavos ele ganhou. E como não se deve brincar com a sorte, guardou para fazer um patuá.
Na peça, além de Jadenilson, estão no elenco o coquista e artesão Mano de Baé, de Tracunhaém, além dos limoeirenses Kettuly Muniz (Marieta), Lucas Rafael, Tarcísio Queiroz (Cabo Rosinha) e Charlon Cabral (Vicentão Borrote). O projeto integra o edital BNB de Cultura, em parceria com o BNDES. Em Pernambuco, 21 projetos foram escolhidos.

Tradição
No resgate dos brinquedos populares, o Galpão das Artes – que comemora 10 anos de fundação – encontrou uma nova forma de atuação, que se iniciou com o contato com o marceneiro e artesão Jorge Raimundo, o único remanescente na produção de Mané Gostoso de Limoeiro. O bonequinho de madeira passou a ser costumizado e é um dos símbolos da companhia, que ampliou a ideia formatando um projeto de contação de histórias, a partir de texto de Elita Ferreira, fundadora da edições Bagaço.
Agora, o brinquedo trabalhado é a peteca. “No pontinho de cultura Galpão das Artes atendemos a um grupo de 25 crianças de áreas de risco, que fazem atividades artísticas”, detalha a arte-educadora e artesã Edna Lopes. Para Fábio André, produtor do Galpão e diretor de A inconveniência, o objetivo principal do grupo hoje é estruturar melhor o prédio da sede, que é alugado, e onde é mantido um auditório com 150 lugares. Amanhã, às 16h, a contação de histórias será mostrada no Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte. (T. M.)